Rafael Massanga Savimbi anuncia candidatura e projecta uma UNITA “com ideias novas, modernas e ajustadas ao tempo presente”
O político e filho do líder fundador da UNITA, Rafael Massanga Savimbi, oficializou, nesta terça-feira, 7, a sua candidatura à liderança do partido fundado por Jonas Savimbi, descrevendo “o legado de coragem, disciplina e visão estratégica dos meus ancestrais” como a sua grande fonte de inspiração para concorrer ao XIV Congresso Ordinário da maior força da oposição política angolana.
O anúncio da pré-candidatura de Rafael Massanga Savimbi coloca assim um ponto final às especulações que se foram ouvindo nas últimas semanas e é também o reeditar da ‘velha tradição’ do aprofundamento da democracia interna na UNITA, que, desde o seu IX Congresso Ordinário, adoptou o princípio de múltiplas candidaturas para o cargo de presidente do partido.
“Declaro a minha prontidão de concorrer ao cargo de presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), para promover e reforçar a sua coesão e unidade, reafirmar a sua identidade político-ideológica, preservar a sua independência política e congregar a sociedade civil e todas as Forças Vivas da Nação, com o objectivo de garantir um futuro melhor para todos!”, declara Rafael Massanga Savimbi num pequeno vídeo que pôs a circular.
O filho de Jonas Savimbi, que descreve a sua candidatura como “a voz de uma nova geração que cresceu com as marcas da guerra”, mas que se propõe trazer “a ousadia da paz e da inovação”, defende “uma UNITA que não apenas preserve a memória da luta, mas também se projecte para o futuro, com soluções práticas e inovadoras para os desafios actuais do país, mantendo sempre o compromisso com a justiça, a democracia e o bem-estar dos angolanos”.
“Trago comigo o legado de coragem, disciplina e visão estratégica dos meus ancestrais, mas também a responsabilidade de actualizar esse legado ao século XXI, com ideias novas, modernas e ajustadas ao tempo presente”, realça o político, que vê a juventude angolana como “o motor da transformação política e económica”.
Para Massanga, mais do que uma simples disputa interna, o IX Congresso Ordinário da UNITA “pode representar uma viragem histórica”, uma vez que “abre portas e oportunidades para definitivamente realizarmos a tão almejada alternância política e, unidos, construirmos um futuro melhor para todos!”.
O político, que define a sua pré-candidatura como “um convite a cada militante, a cada delegado e a cada angolano” para o ressurgimento da nossa esperança, endereça também uma crítica directa à forma como o país tem sido até aqui governado.
“Angola amadureceu e a tomada de consciência dos cidadãos é crescente, enquanto o governo falha redondamente, sufocando cada vez mais a vida do pacato cidadão”, salienta, considerando que “este fenómeno, resultado da péssima governação, se chama drama nacional, e impele os patriotas de todos os quadrantes, partidários ou não, a tomarem definitivamente uma posição corajosa para salvar Angola da hecatombe em que está mergulhada”.
Por isso, refere o político, todos devem contar, se o assunto for a construção do país que se quer, para se edificar a Angola que se merece e para se garantir um futuro melhor para todos.
“Passados quase 50 anos desde a independência e governados pelo mesmo partido, os angolanos dizem basta! Basta deste mesmo partido, do mesmo sistema, das mesmas pessoas e das velhas práticas. Assim, voltam-se mais uma vez para a UNITA como força alternativa”, conclui Rafael Massanga Savimbi, que deve enfrentar, em Novembro próximo, o presidente em exercício Adalberto Costa Júnior, que já confirmou a sua recandidatura.