Cólera em Angola atinge duas novas províncias e já acumula mais de oito mil casos e 329 mortos
O surto de cólera em Angola continua a avançar pelo país adentro e, no último fim-de-semana, passou a contar com a entrada das províncias do Bié e da Lunda-Sul no mapa estatístico, numa altura em que são conhecidos 8 543 casos, com 252 novas infecções e 11 mortes reportadas.
Luanda e Kwanza-Norte continuam a registar o maior número de novos casos e de mortes por cólera, que já se instalou em 16 das 21 províncias e causou 329 mortes, segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (MINSA).
Desde o início do surto, a 7 de Janeiro de 2025, o número de casos notificados estão assim distribuídos: Luanda (4 143), Bengo (2 485), Icolo e Bengo (813), Kwanza-Norte (490), Benguela (222), Malanje (211), Zaire (52), Cabinda (41), Kwanza-Sul (36), Huambo (23), Uíge (15), Huíla (sete), Bié (dois), Cunene (um), Cubango (um) e Lunda Sul (um); com a idade das pessoas afectadas a variarem entre os dois e os 100 anos.
De acordo com o MINSA, ocorreram desde o início do surto 329 óbitos, com a taxa de letalidade (ou seja, o número de óbitos por cólera em relação à população de uma determinada região, num determinado período) a situar-se actualmente nos 3,8%, acima do indicador de 1% que a Organização Mundial de Saúde (OMS) define como padrão.
A cólera é uma doença infecciosa causada por uma bactéria, transmitida por contaminação fecal-oral directa ou pela ingestão de água ou alimentos contaminados.
Associada ao saneamento básico e falta de higiene, a doença apresenta sintomas como diarreias, vómitos, dor abdominal e cãibras e se não for tratada pode levar à morte.
Mais de metade das mortes ocorreram na província de Luanda, 95 no Bengo, 38 no Kwanza Norte, 21 no Icolo e Bengo, nove em Benguela, seis em Malanje, três no Kwanza-Sul, dois no Zaire e um em Cabinda.