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Filha primogénita de sindicalista que lidera greve no ensino superior público sofre atentado de vida

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O secretário-geral do Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público (SINPES), Eduardo Peres Alberto, denunciou esta quarta-feira, 25, mais uma situação de ataque à sua família, desta vez, uma alegada tentativa de assassinato da sua filha primogénita. É o terceiro ataque ao docente.

De acordo com aquele responsável, trata-se de actos de perseguição e de intimidação do governo para os pressionar a parar com a greve da classe docente do ensino superior público, da qual Eduardo Peres Alberto está na linha da frente.

“A tentativa de assassinato ocorrida ontem [terça-feira, 25), na centralidade do Zango 8000, foi protagonizada por dois indivíduos não identificados, que perseguiram em uma mota a minha primogénita, Maria Emiliana Peres Alberto, que se dirigia à farmácia próximo de casa e a intoxicaram com gás, que provocou o sangramento imediato, foi levada para o hospital Maria Pia e a situação continua delicada”, contou.

O docente, afecto ao SINPES — que está em greve há mais de um mês —, tem recebido constantes ameaças de morte, tendo inclusive a sua residência sido alvo de assalto, protagonizado por desconhecidos, que, depois de partirem o vidro da janela de um dos quartos da casa, enviaram uma mensagem de ameaças à filha do sindicalista.

O sindicalista atribui tais actos a milícias ocultas, incentivadas pelo governo, lamentando o pelo alegado posicionamento das autoridades.

“Eu considero isso [um trabalho] de milícias ocultas, pois, num Estado independente, soberano, de direito e democrático, não é normal que depois de cerca de um mês uma família viva sobre tensão de ameaças de morte e agora, há mesmo consumação de tentativa”, declarou.

“Como temos vindo a denunciar, somos alvos de ameaças de morte por mensagens e vandalização de casa, mesmo tendo apresentado queixa ao SIC [Serviço de Investigação Criminal] Luanda e às unidades policiais da Vila Alice e do Zango 8000, nunca o governo apresentou os chamados delinquentes. Para nós, deixam de ser delinquentes, se considerarmos as mensagens recebidas anteriormente com exigências de levantamento da greve em curso nas instituições de ensino superior público”, referiu.

Recorde-se que situações de ameaças ao sindicalista têm ocorrido desde o dia 28 de Março, depois de Eduardo Peres Alberto ter recebido uma mensagem com o seguinte conteúdo: “Estás a ir longe demais com esta greve. Depois não diz que não foste avisado”.

Para a primeira filha do visado, foi enviada uma outra: “Avisa o teu pai e o seu grupo do sindicato que nós vamos matar”.

Quer a Polícia Nacional, assim como o SIC ainda não fizeram qualquer pronunciamento sobre o caso.

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