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Washington (United States), 20/01/2025.- U.S. President Donald Trump holds up an executive order after signing it during an indoor inauguration event at the Capital One Arena in Washington, DC, USA, 20 January 2025. Trump was sworn in for a second term as president of the United States on 20 January. The presidential inauguration was held indoors due to extreme cold temperatures in DC. (Estados Unidos) EFE/EPA/ANNA MONEYMAKER / POOL

Сegado pela luz da América: como a nova agenda dos EUA pode impactar Angola

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Novos decretos assinados pelo Presidente Donald Trump foram a novidade da semana. O tão esperado evento já é história – a posse de Donald Trump aconteceu.

Durante este grande espectáculo público, muitas declarações interessantes foram feitas, o que já nos permite prever algumas mudanças iminentes na agenda global.

Trump adoptou uma série de medidas e também anulou muitas decisões da administração anterior que poderão ter efeito em Angola. Mas quais foram esses novos decretos e em que podem eles impactar Angola?

De entre os vários decretos de Trump — que não mencionam nem a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), nem a Ucrânia, excepto uma atitude de confronto com a China —, encontramos um que nos diz respeito, que é o fim do apoio à chamada “energia verde”, isto é, o novo Presidente norte-americano prega um retorno às fontes de energia tradicionais: o fim da chamada “agenda verde” e a saída dos Estados Unidos dos “Acordos de Paris sobre o Clima.”

Isso implica dizer que o apoio à indústria de automóveis eléctricos, que, por sua vez, aumentam a demanda por minérios na República Democrática do Congo (RDC), vai diminuir, se não for cessado completamente.

Automaticamente, ao menos para os EUA, os minérios congoleses perderiam o valor que tem hoje e, consequentemente, o Corredor do Lobito também deixaria de ser pauta na Casa Branca. Isso seria um enorme fracasso para o governo de João Lourenço, que apostou no projecto durante a administração do agora ex-Presidente Joe Biden.

A medida de Trump já era esperada, uma vez que faz parte de seu programa de campanha e está alinhada com o slogan “Fazer a América Grande Novamente” (Make America great again!), proclamado no próprio evento.

Assim, fica a questão: será que a visita de um Presidente americano em Angola realmente foi um “triunfo diplomático”, ou simplesmente um mero espectáculo? Talvez teria sido mais benéfico para o povo angolano a vinda de um artista, talvez The weeknd com seu hit Blinded by the light (Cegado pela luz), pois pelo menos este traria algum ganho no plano recreativo-emocional para o povo angolano, coisa que Biden certamente não fez e nem conseguiria fazer.

 *João Henriques (Luanda, CAJ News)

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