Queda das exportações no III trimestre gera declínio de 23,8% na conta corrente
O saldo da conta corrente de Angola, referente ao terceiro trimestre deste ano, foi de 2,6 milhões de dólares norte-americanos, valor inferior quando comparado com os 3,4 milhões de dólares registados no trimestre anterior. Em termos percentuais, a conta observou uma redução cifrada em 23,8%, avançou o Banco Nacional de Angola (BNA).
As transacções económicas do país, de acordo com os dados avançados pela ‘Nota de Informação sobre Estatísticas’, referentes ao terceiro trimestre do banco central, caíram por conta do resultado decorrente da queda das exportações de bens.
No mesmo sentido, a nota do BNA espelha que o resultado foi obtido mesmo depois “da contracção das despesas de importação de bens, serviços e pagamento de rendimentos”.
Apesar da queda face ao trimestre anterior, a nota mostra que a conta corrente, no período em análise, registou um saldo superavitário de 2.661,3 milhões de dólares norte-americanos, equivalente a 8,2% do Produto Interno Bruto de 2022.
Por sua vez, salienta o banco central, a conta capital e financeira registou um desagravamento do seu défice em 31,5%, ao passar de USD 1 547,3 milhões para USD 1 060,4 milhões, justificado pelo desempenho dos fluxos líquidos do investimento directo.
Posição do Investimento Internacional
A posição líquida do investimento internacional registou no terceiro trimestre de 2022 uma melhoria do seu défice em USD 534,1 milhões, como resultado da redução dos passivos com os não residentes, embora tenha ocorrido também uma redução dos activos financeiros, mas numa magnitude inferior.
Dos principais activos financeiros que o país detém face aos não residentes, os activos de reserva, cujo stock fixou-se em USD 13 582,1 milhões no final do terceiro trimestre de 2022, contra os USD 14 094,3 milhões do trimestre anterior surgem como as mais destacadas.
Os resultados foram observados num cenário de alta volatilidade do preço de petróleo bruto, provocado, destaca o BNA, por factores geopolíticos, já que o ano de 2022 foi marcado pelo impacto negativo do conflito que se vive no leste da Europa, tendo afectado a economia global e, de modo particular, o comércio internacional, com implicações ainda maiores sobre o preço do petróleo.